Trote: violência ou solidariedade? | 0 comentário |
Colunas > Repórter Teen
Publicado em 09/09/2008 11:20
O sonho de todo vestibulando é entrar em uma universidade, seja ela pública ou privada. Todos aspiram a uma vaga que propiciará, anos mais tarde, uma ótima formação profissional.
Tradicionalmente, aqueles que são aprovados no vestibular, vulgarmente chamados de "calouros", passam por um ritual: o "trote”. O que tem chamado a atenção, no entanto, são as práticas agressivas ou humilhantes adotadas pelos veteranos. Serão necessários tantos atos humilhantes e violentos? Será que o sentimento de revidar a brincadeira no próximo ano, quando já for veterano, é o motivo que mantém a existência do trote? Ou será que o motivo é a falta de medidas pelas entidades de ensino e governo?
Ingestão de bebidas alcoólicas e de pimenta, realizar danças constrangedoras, essas são algumas das práticas impostas aos calouros. Apesar de ser uma forma descontraída de interagir com os novatos, existem exemplos de jovens que foram feridos tragicamente e casos que chegaram a óbito, como o calouro da universidade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Baseados na oportunidade de vingar os maus tratos recebidos, a maioria dos calouros aguardam chegar a sua vez para sacanear com os novos alunos que entrarão no próximo ano acadêmico. De certa forma, o pensamento de não ser a última turma a passar pelo trote, faz desse ritual um ciclo vicioso, uma vez que a cada período iniciado novos trotes são aplicados e renovados.
Há três anos em média, o Centro Acadêmico Santos Dumont (CASD), junto com comissões de ações sociais, vêm adotando novas práticas de substituição dos trotes violentos pelos solidários. Ou seja, aproveitando a ocasião e a disposição da vitória alcançada, os jovens universitários promovem campanhas cidadãs, como doação de sangue e visitas divertidas à hospitais infantis.
Diante de tantos prós e contras, é fato que todo o esforço dedicado para conquistar uma vaga deve ser comemorado com amigos e familiares, porém vale salientar que exageros podem desencadear uma série de conseqüências negativas.