Fronteira Festival encerra inscrições em janeiro | 0 comentário |
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Publicado em 22/12/2017 08:09
As inscrições para o Fronteira Festival poderão ser realizadas até o dia 4 de janeiro, pelo site do evento. Para as mostras competitivas são aceitos filmes de todo mundo, de todas as metragens e que tenham sido realizados a partir de janeiro de 2017. O festival será realizado em Goiânia de 12 a 21 de abril de 2018, pela Barroca, com patrocínio do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás.
Cada realizador pode inscrever quantos filmes desejar, além de serem aceitas inscrições de filmes work-in-progress, ou seja, que estiverem em fase de montagem ou finalização. As inscrições são gratuitas. Os filmes inscritos também podem integrar mostras de caráter não competitivo. Os goianos têm espaço especial.
A curadoria do Fronteira faz um convite especial aos produtores audiovisuais de Goiás, para participarem da mostra Cadmo e o Dragão. Essa mostra compreende sessões exclusivas dedicadas ao cinema produzido por "desobedientes" cineastas goianos. Nomes como Lourival Belém Júnior, Eudaldo Guimarães e Martins Muniz fizeram parte da mostra nas edições anteriores. Se antes a mostra era feita por escolha curatorial e tinha um caráter mais histórico, este ano, ao contrário das outras edições, a Cadmo e o Dragão também terão espaço para livre inscrição de novas produções goianas.
Cadmo e o Dragão ganhou seu nome em referência à profecia de Lévi-Strauss publicada em Tristes Trópicos (1957). Nela o antropólogo fala do espanto causado por sua passagem por Goiânia em 1937. É interessante observar o choque estético que significava a cidade “plantada no meio do nada”. “Sentíamo-nos ali como numa estação ou num hospital, sempre passageiros e jamais residentes. Somente o temor de um cataclisma poderia justificar essa casamata. Produziu-se um, com efeito, cuja ameaça se prolongava no silêncio e na impossibilidade reinantes. Cadmus, o civilizador, tinha semeado os dentes do Dragão. Numa terra esfolada e queimada pelo hálito do monstro, esperava-se que nascessem homens”. Lévi-Strauss, por sua vez, citava uma história da mitologia grega, que explica o surgimento da cidade de Tebas: A mítica cidade grega de Tebas ergue-se sobre os despojos de um terrível dragão. Depois de tê-lo vencido, o corajoso Cadmo enterrou os seus dentes para que deles nascessem os primeiros tebanos.