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Democracia no Brasil: mantê-la ou recriá-la?0 comentário

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Repórter Teen

Por Gabriela Paschoal

18 anos, aluna do Curso Visão.

Publicado em 06/08/2014 19:17

 

A "democracia" brasileira - se é que pode ser chamada de tal forma - não dialoga com o princípio básico da democracia de fato: a inclusão. Conceito criado na Grécia Antiga, a democracia significa "governo de todos", que constrói um ideal de efetiva participação (direta ou indireta) de todo e qualquer indivíduo na política, visando defender a garantia de seus direitos mais básicos e, assim, poder ser efetivamente incluso na sociedade em que vive.

 

No Brasil, a discussão acerca da democracia está intimamente ligada com questões de cunho social, como o racismo e a má distribuição de renda e isto faz com que o princípio da inclusão se apresente violado aos olhos das minorias. Minorias que, de fato, formam a maioria do país. Maioria essa que sofre com os resquícios do processo de colonização do país.

 

É fácil enxergar tal relação: a visão etnocêntrica de que a raça branca se sobrepõe à raça negra foi trazida pelos europeus em seus discursos de justificação à escravidão, no século XVI. Hoje, em pleno século XXI, essa visão ainda se faz presente no discurso ideológico de alguns indivíduos que pregam o racismo e que consideram o negro incapaz de colaborar para o aperfeiçoamento da sociedade de direito em que vivemos.

 

Além disso, a concentração de renda também data do período colonial, quando a Coroa Portuguesa dividiu o território brasileiro, de proporções continentais, em capitanias hereditárias e as entregou à 15 senhores para serem administradas. Isso mesmo, apenas 15 pessoas controlavam todo o lucro advindo da colônia. Cinco séculos depois e a história se assemelha: em uma lista veiculada pela revista Forbes, o patrimônio das 15 famílias mais ricas do Brasil equivale a dez vezes mais a renda de 14 milhões de grupos familiares assistidos pelo Bolsa Família.

 

Amparados nessa discussão detalhada que envolve diversas áreas, desde à política até a economia, podemos concluir que não deve haver a manutenção da "democracia" brasileira e sim a criação de uma nova e verdadeira democracia, que inclua todos os segmentos sociais.

 

Para isso, é necessário a criação de políticas inclusivas e não afirmativas - algo como uma melhor qualidade de ensino publico ao invés da criação de cotas raciais, por exemplo - como forma de combate ao racismo e a capacitação de pessoas de baixa renda, visando assim a sua inserção no mercado de trabalho de forma mais democrática - promovendo uma restruturação da renda no Brasil - como forma de combate à concentração de renda e à desigualdade social.

 

 

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