Quando ciência e religião se chocam | 0 comentário |
Colunas > Repórter Teen
18 anos, aluna do Curso Visão.
Publicado em 18/02/2015 08:56
Cultura, ao contrário do que muitos acreditam, não é necessariamente sinônimo de erudição. A palavra em si, originária do latim "colere", significa cultivar e simboliza nada mais que a característica humana de transformar, recriar e reinventar o espaço ao seu redor.
Com o Iluminismo, a ciência vem se mostrando como uma parte integrante da nossa cultura. Tal fato levanta dúvidas sobre até que ponto a sociedade, como um todo, deve-se render às descobertas científicas em prol de uma humanidade mais desenvolvida. Sendo assim, outro assunto surge em pauta: o relativismo cultural como agente polissêmico dos termos desenvolvimento/progresso e as suas implicações em diferentes concepções de mundo.
A dicotomia frequente entre ciência e religião acarreta diversas consequências para um país. A pesquisa com células-tronco embrionárias representa claramente a divergência entre céticos e religiosos. A parcela da população que apoia a abrangência da tecnologia científica em áreas polêmicas - como a da vida - se debruça nos hipotéticos, porém prováveis, avanços na medicina quanto a doenças hoje não curáveis e quanto a áreas pouco dominadas pelo homem (como a regeneração de tecidos via células totipotentes).
Já a outra parte da população, que nega as pesquisas baseadas em células-tronco, prefere reconfortar-se no que prega a religião, até mesmo em assuntos de sumo interesse geral: "a vida passa, mas aquilo que vem do alto é eterno", diz a Bíblia.
Entretanto, o Estado como sendo uma instituição laica, deve basear as suas leis no bem-estar comum, independentemente de crenças ou de outras questões arbitrárias. Por isso, o limite ético da ciência só deve ser limitado em casos que causam o retrocesso da humanidade (como foi a "indústria" do Holocausto), já que a base de um Estado democrático é a liberdade, como já pregava Aristóteles.