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Exposição de obras de Vicente Caraíba chega a Goiânia0 comentário

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Publicado em 30/11/2015 12:26

 

O designer Vicente Augusto Fleury Umbelino de Sousa começou a caminhar pelo Cerrado para dar um tempo do computador. Assim começa a trajetória do artista goiano Vicente Caraíba, que depois de levar a exposição Espírito Cerratense  à Alemanha (na Schleswig-Holstein-Haus, em Schwerin), apresenta suas esculturas, até 10 de dezembro, no hall da biblioteca da PUC, em Goiânia, com apoio do Fundo Estadual de Arte e Cultura.

 

O trabalho é bem-sucedido em associar aspectos estéticos e conceituais, em uma obra que denuncia o processo de extinção do Cerrado brasileiro, um dos biomas mais ricos do mundo. Segundo o escultor, conhecido como Vicente Caraíba, desde o princípio, a obra revelou capacidade de provocar emotividade em público de perfil diverso, a partir de associações do trabalho com histórias particulares.

 

O escultor se lembra do dia em que um cineasta estrangeiro visitante da exposição, na Cidade de Goiás, começou a olhar cada uma das peças e a tocá-las, até parar em frente a uma delas permanecendo por muito tempo. “Finalmente, ele se virou para mim, com aqueles olhos azuis marejados, e falou: ‘Il legno é vivo!’ (A madeira está viva!). Sorri e disse a ele: por isso eu trabalho com ela”, conta.

 

Ironicamente, o material utilizado por Vicente Caraíba é o que chamam de “madeira morta”, ou  seja, restos de árvores que são derrubadas em nome do progresso, todas elas encontradas em suas caminhadas cerrado adentro. “Quando acho um tronco ou descartes da construção civil, nunca sei o que ele vai ser, ou melhor, o que ele quer ser. Sei que vou trabalhar com ele e vamos ver no que vai dar. Não tenho um fim em mente, tenho uma busca”, descreve.

 

Sendo assim, a técnica que vem sendo desenvolvida pelo artista começa na busca da matéria-prima. As peças não têm grande porte, porque Caraíba trabalha com o que consegue carregar. Ele leva para seu atelier, localizado na Cidade de Goiás, troncos que sugerem imagens diversas incrustadas. “Para mim, cada peça é um ser que se comunica e eu sou apenas um mensageiro”, comenta o artista, que utiliza diversos tipos de formões, goivas e máquinas cortantes de pequeno porte para intervenções superficiais na madeira.

 

Para o artista, a mensagem que Espírito Cerratense leva ao mundo não se limita à reflexão sobre a extinção anunciada do bioma que guarda dois quintos de toda a água potável do planeta Terra. A poética da obra carrega ainda mensagens sutis sobre o amor, o respeito e a paz. “Meu trabalho traz o questionamento de uma vida inteira, vejo formas que desaparecem, vejo um imaginário individual, vejo que não cabe a mim definir aquilo que não tem definição, vejo que não preciso saber o resultado de algo, mas que preciso ir em frente”, ressalta.

 

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