Entrevista: Alejandro Claveaux fala sobre Gota d’Água [a seco] | 0 comentário |
Entrevista
Publicado em 21/02/2019 19:18
Crédito: Silvana Marques
O ator goiano Alejandro Claveaux apresentará em Goiânia o espetáculo Gota d’Água [a seco], junto com Laila Garin. A peça poderá ser vista no Teatro SESI, nesta sexta (22) e sábado (23), às 21 horas, e no domingo (24), às 20 horas. Os ingressos custam R$ 40,00 (meia/ inferior), R$ 80,00 (inteira/ inferior), R$ 30,00 (meia/superior) e R$ 60,00 (inteira/ superior). Eles podem ser comprados pelo site Tuddus e no Komiketo (T-4). Conversamos com Alejandro sobre o espetáculo, a turnê e a carreira. Aperte o play para ouvir!
O que o público irá encontrar em Gota d’Água [A Seco]: uma história de amor ou uma reflexão sociopolítica? |
Gota d’Água [A Seco] é uma história de amor entre Joana e Jasão. É uma história de amor e de abandono. Jasão decide abandonar Joana e os filhos no conjunto habitacional (Jasão é um compositor) para casar com Alma, que é a filha de Creonte, que é quem paga para as músicas de Jasão tocarem na rádio e quem é o dono das casas, do conjunto habitacional da Vila do Meio-Dia, que é onde o Jasão mora com Joana. Casando com Alma ele sai do lugar de oprimido e vai para o lugar do opressor. Então sim, a peça é banhada pela história de amor. O esqueleto dela é a história de amor entre Jasão e Joana e esse abandono, e como Joana lida com isso, mas toda banhada dessa reflexão sociopolítica do opressor, do oprimido. E de Jasão, que sonha em ter um lugar ao sol, como todas as pessoas sonham em ter um lugar ao sol, em poder estar numa situação um pouco melhor do que já esteve. É uma peça que foi escrita em 74, na época da ditadura, e ela diz muito sobre isso.
Você faz capoeira desde os 6 anos. No espetáculo, Jasão irá se aproveitar do trabalho corporal do Alejandro? |
Eu fiz capoeira desde pequeno e comecei a fazer teatro pela capoeira. Eu sempre tive uma loucura pelo teatro físico e tudo isso surgiu da capoeira. Nesta peça, e eu acho que em todas as peças que eu faço, que eu fiz; eu sempre procuro levar essa característica dessa paixão pelo teatro físico. Tanto em "Clandestinos", que eu também fazia um macaco, e também "Escola de Mulheres", eu acho que em todos os espetáculos eu sempre venho com essa proposta de um trabalho físico e Jasão não é diferente. "Gota d’Água" é do Rafael Gomes, essa direção e essa adaptação dele, a gente vem com uma proposta de dança, de fisicalidade muito grande. São só dois atores em cena, tendo que preencher aquele palco gigantesco e as estruturas de ferro do cenário. O Fabrício Licursi, que é o nosso preparador de movimento, ele propôs para a gente que nós dançássemos durante os ensaios e muitas das nossas propostas físicas, porque eu acho que eu e a Laila a gente se encontra muito nesse lugar dos corpos, dessa simbiose física; a gente levou para a peça, tanto o Jasão, quanto a Joana, para a relação dos dois, um trabalho corporal bem definido, bem específico. Eu acho que era a nossa vontade desde o início, tentar levar um pouquinho da dança para o teatro.
Você nasceu em Goiânia, sua família ainda mora aqui. Será a primeira turnê na cidade após se mudar para o Rio? Faz diferença localizar rostos conhecidos na plateia? |
A minha família é uruguaia, eu sou goiano, mas eles moram ainda em Goiânia. Eu tenho amigos da faculdade, do teatro, amigos da vida inteira que moram aí, então é muito especial fazer o espetáculo que eu tentei inúmeras vezes levar para a minha cidade, levar para Goiânia, mas não conseguia. Lembro que até Laila conseguiu levar para Salvador. A gente foi e foi muito especial. Ela ficou ansiosa, os amigos todos prestigiando. Eu acho bacana poder levar, mostrar o nosso trabalho, que a gente está viajando tanto pelo Brasil. E é uma peça que fez tanto sucesso em cartaz no eixo Rio-São Paulo, poder levar isso para a minha terra. É muito especial. Eu vejo os amigos, os conhecidos todo mundo em movimento muito bacana de comprar os ingressos, de ir atrás. Eles estão querendo muito assistir. Para as cidades que às vezes não chegam as peças do eixo Rio-São Paulo, porque às vezes são peças que tem uma estrutura muito grande e é difícil mesmo de logística, de dinheiro, hoje em dia viajar com um espetáculo tão grande. Então é muito especial. A primeira vez que eu fui, depois que eu me mudei para o Rio, com um espetáculo, foi com o "Clandestinos", do João Falcão. A gente foi em 2010, apresentamos em Goiânia e foi maravilhoso, foi um sucesso. Todos os amigos, os familiares lá e era um elenco jovem, foi muito bacana. E agora vai ser o segundo espetáculo que eu consigo levar para Goiânia. E faz muita diferença ver a cara das pessoas, de amigos de infância, junto com família. É uma plateia especial, que realmente é um momento único e eu estou muito ansioso, esperando mesmo que as pessoas se entreguem para a peça e para esse momento que é tão bonito de contemplar e de dividir, os atores em cena e o público.
2018 foi um ano de muito trabalho e sucesso em sua carreira. A novela "O outro lado do paraíso", as séries “Pais de Primeira” e “A Vida Secreta dos Casais”, o filme “Uma Quase Dupla” e a turnê da peça. Quais são as suas expectativas e projetos para 2019? |
Bom, neste ano agora a gente tem uma turnê ainda para fazer com o espetáculo, que Goiânia faz parte desta turnê, que é Brasília, Goiânia, Curitiba, Uberlândia, Florianópolis, Espírito Santo e depois a gente tem uma temporada em São Paulo, ainda, em abril e maio. Então este primeiro semestre vai ser dedicado ao espetáculo, que a gente tem ainda algumas apresentações. Em junho ou julho eu começo a gravar a segunda temporada de “Pais de Primeira”, que a série agora vai ganhar 14 episódios. Na primeira temporada foram só seis. Agora a série ganhou mais corpo, vai ganhar 14 episódios. Eu acho que a gente começa em junho ou julho. Gravar em julho e a preparação em junho. Para o final do ano tem filme ainda, que a gente está vendo, estudando a possibilidade de fazer, de filmar em outubro. Porque as gravações da série acabam só em outubro. E também torcendo para que o espetáculo consiga viajar depois, ainda este ano. É um espetáculo que eu acredito que tem muita força, que não pode parar agora. Ainda mais neste momento político que a gente está vivendo, de resistência, de falar sobre tudo que essa peça fala, da poesia, das razões sociopolíticas, da história de amor, que é atemporal; então eu acredito muito que o espetáculo ainda pode acontecer no segundo semestre. É uma torcida.
Gostaria de convidar o leitor do site Arroz de Fyesta para o espetáculo em Goiânia? |
Eu quero convidar o leitor do site Arroz de Fyesta para o espetáculo Gota d’Água [A Seco], em Goiânia, nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro, no Teatro SESI. Você não pode perder, o espetáculo é belíssimo, músicas do Chico Buarque, um texto de pura poesia, de Chico Buarque e Paulo Pontes. Eu e Laila Garin vamos esperar vocês no Teatro SESI. Você não pode perder! Um beijo a todos e obrigado.